Em síntese, os sintomas relacionados a substâncias envolvem fármacos que ativam diretamente o sistema de recompensa do cérebro. Ou seja, aqueles que trazem sensação, mesmo que momentânea, de prazer ao indivíduo.
Dessa forma, existe o abuso de substâncias psicoativas, que podem resultar em complicações para o meio familiar e social do usuário, além de apresentar altos índices de mortalidade, especialmente quando ele vem associado a complicações de origem psiquiátrica.
Assim, estudos recentes mostram que os principais transtornos relacionados ao uso de substâncias, incluem: depressão (17,4%), ansiedade (17 %) e transtornos bipolares.
Portanto, você sabe quais são as causas do transtorno por uso de substâncias? e qual sua real toxicidade para a vida do indivíduo?
Transtornos relacionados a uso de substâncias
Os transtornos relacionados ao uso de substâncias são aqueles que envolvem um padrão patológico de comportamentos em que os pacientes continuam a usar uma substância apesar de experimentarem problemas significativos quanto ao uso.
Em outras palavras, as substâncias envolvidas ativam diretamente o sistema de recompensa do cérebro e produzem sensações de prazer. Sendo assim, os pacientes necessitam cada vez mais da mesma. Como dito anteriormente.
Como resultado, os fármacos causadores de transtorno são divididos em 10 classes diferentes e têm mecanismos de ação não completamente distintos.
Entre eles, incluem-se:
- Álcool;
- Cafeína;
- Cannabis;
- Alucinógenos (LSD, fenciclidina e psilocibina);
- Inalantes (hidrocarbonetos voláteis, como solvente de tinta e certas colas);
- Opióides (fentanil, morfina e oxicodona);
- Sedativos, hipnóticos e ansiolíticos (lorazepam e secobarbital);
- Estimulantes (anfetaminas e cocaína);
- Tabaco;
- Outras (esteróides anabolizantes).
Portanto, a partir do conhecimentos destes fármacos, podemos classificar os transtornos relacionados ao uso de substâncias.
Classificação dos transtornos
Em suma, os transtornos são geralmente divididos em transtornos induzidos e transtornos por uso de substâncias.
Assim, os transtornos induzidos por uso de substâncias envolvem efeitos diretos, que normalmente incluem intoxicação, abstinência e transtornos mentais.
Já os transtornos por uso de substâncias envolvem um padrão patológico de comportamento, em que os pacientes continuam a usar a substância, apesar de ela causar problemas significativos na saúde. Além disso, pode haver também manifestações fisiológicas, que incluem alterações no circuito cerebral.
Uso de substâncias e os transtornos
Em suma, problemas relacionados ao uso de substâncias abrangem todos os grupos socioeconômicos.
Dessa forma, o uso de drogas recreacionais, embora não aceito pela sociedade, não é um “fenômeno” novo. Ou seja, já existe há séculos!
Assim, as pessoas usam drogas por uma variedade de razões, das quais podemos incluir:
- Melhora do humor;
- Parte de cerimônias religiosas;
- Melhora de desempenho.
Por fim, algumas pessoas não sentem danos com o uso de substâncias. Muitas drogas recreativas são da forma natural, próximas à origem vegetal. Isso não impede de agirem de forma nociva ao corpo. Porém, muitas vezes, seus efeitos são bem mais lentos para serem sentidos.
Portanto, chegamos à questão dos sintomas relacionados ao uso de substâncias.
Sintomas do transtorno por uso de substâncias
Primordialmente, podemos dizer que os sintomas do transtorno por uso de substâncias são agrupados em categorias:
- Controle prejudicado: desejo de usar a substância com tentativas falhadas de reduzir ou controlar o uso;
- Problemas sociais: o uso de substâncias causa a incapacidade de completar tarefas importantes no trabalho, na escola ou em casa. Com isso, atividades sociais, de trabalho ou de lazer são abandonadas ou reduzidas devido ao uso de substâncias;
- Uso arriscado: a substância é usada em ambientes de risco e tem seu uso continuado apesar de problemas conhecidos.
- Efeitos de drogas: tolerância (necessidade de maiores quantidades para obter o mesmo efeito) e sintomas de abstinência (diferentes para cada substância).
Os indivíduos podem experimentar tanto a doença mental quanto o vício. A doença mental pode estar presente antes do vício ou o vício pode desencadear ou piorar um transtorno mental.
Assim, partimos para a questão do diagnóstico. Eles geralmente são divididos por critérios, como veremos adiante.
Diagnóstico do transtorno por uso de substâncias
A princípio, o diagnóstico do transtorno por uso de substâncias baseia-se na identificação de um padrão patológico dos comportamentos em que os pacientes usam a substância.
Dessa forma, existem quatro categorias, que dividem 11 critérios:
Categoria 1 – Prejuízo social
- O indivíduo abusa da substância, mesmo sabendo que ela piora seus problemas sociais;
- Renúncia às atividades sociais, ocupacionais e recreacionais importantes;
- Não cumprimento das obrigações relativas ao seu trabalho, escola ou em casa.
Categoria 2 – Quanto ao uso
- A princípio, uso da substância em grandes quantidades;
- Passo tempo se recuperando do seu uso;
- Desejo intenso pela substância;
- Sobretudo, ainda tem o desejo de parar com o uso da substância.
Categoria 3 – Uso de risco
- Uso da substância em situações fisicamente perigosas;
- Uso contínuo da substância mesmo ela prejudicando algum problema médico ou psicológico.
Categoria 4 – Sintomas farmacológicos
- Tolerância: antes de tudo, o indivíduo precisa aumentar progressivamente a dose da droga para produzir intoxicação ou o efeito desejado;
- Abstinência: Efeitos físicos inconvenientes ocorrem quando a substância é interrompida ou quando seus efeitos são contrapostos por um antagonista específico.
Tratamento do transtorno por uso de substâncias
Existem diversos tipos de tratamentos para os transtornos relacionados ao uso de substâncias, porém o primeiro passo no caminho da recuperação é o reconhecimento do problema.
A terapia, indicada por um psiquiatra, pode ajudar os pacientes a entenderem seus comportamentos e motivações, desenvolvendo uma melhor autoestima e mostrando como lidar com o estresse e com outros problemas de saúde mental.
O tratamento também pode incluir hospitalização, comunidades terapêuticas e programas ambulatoriais.
Além disso, com o número cada vez maior de evidências e maior compreensão dos processos biológicos ao consumo compulsivo de drogas, os transtornos pelo uso de substâncias tornaram-se mais firmemente estabelecidos como doenças médicas. Dessa forma, como dito anteriormente, elas são passíveis de tratamento!
Por fim, focar na identificação precisa dos pacientes com transtornos por uso de substâncias e encaminhá-los para um tratamento especial ajudará muito a reduzir os efeitos e consequências individuais, além do impacto social. Agende sua consulta, e entre em contato com a gente para saber mais!
INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.