Primordialmente, o aumento da incidência de transtornos alimentares na população feminina está ligado e relacionado às mudanças nos padrões de beleza e as exigências da sociedade em relação a corpos perfeitos e estéticos.
Esses padrões passaram por muitas transformações desde o século passado. Assim, atualmente, evidencia-se a cultura do emagrecimento. E os indivíduos (principalmente mulheres), devem e muitas vezes buscam estar dentro deste padrão estético.
Contudo, isso pode levar a sérios problemas psicológicos, que levam a não aceitação do próprio corpo. Os chamados Transtornos Alimentares.
Mas afinal, o que é um transtorno alimentar? Como ele se manifesta?
Transtornos alimentares: conceito
Os transtornos alimentares pertencem a uma categoria de transtornos que caracterizam-se por perturbações na alimentação. Dessa forma, podem levar ao emagrecimento extremo, a obesidade, além de muitos outros problemas físicos relacionados.
Do mesmo modo, os principais tipos de transtorno alimentar incluem a Anorexia e a Bulimia nervosa. Estes tipos de transtorno levam a uma percepção distorcida da forma corporal, além de auto avaliação constante baseada apenas no peso e na forma física.
Assim, para que um comportamento alimentar incomum seja considerado um transtorno, ele precisa perdurar por um determinado período e causar prejuízo significativo à saúde física da pessoa.
Sendo assim, quais são os principais fatores que levam ao transtorno?
Fatores que predispõem o transtorno alimentar
Primordialmente, vale ressaltar, que os fatores aqui listados não fazem parte de uma regra. Mas, são os principais antecedentes da maioria das pessoas que desenvolvem o transtorno. Dessa forma, temos:
- Problemas familiares;
- Familiares com o transtorno;
- Baixa autoestima;
- Influência externa nos padrões de beleza;
- Ser do sexo feminino;
- Depressão e transtorno de personalidade.
Em suma, é na adolescência que ocorrem os principais gatilhos para um futuro transtorno alimentar. Isso acontece, porque nesta fase, os jovens estão em constante mudança. Assim, qualquer alteração psicológica ajuda a desencadear um quadro de transtorno alimentar.
Em outras palavras, quais são os principais transtornos associados já conhecidos?
Principais transtornos alimentares
A princípio, entre os principais transtornos alimentares, temos:
- Anorexia nervosa: busca incessante pelo emagrecimento, quando a pessoa tem uma imagem corporal distorcida e um medo extremo de ganhar peso. O paciente com anorexia nervosa limita a ingestão de alimentos, mas também pode comer compulsivamente e, em seguida, compensar isso induzindo o vômito ou tomando laxantes.
- Transtorno alimentar restritivo evitativo: quando o indivíduo come muito pouco, mas sem a preocupação quanto à forma física ou o peso. Dessa forma, os pacientes com esse transtorno são muito exigentes em relação aos alimentos e eles podem evitá-los pela sua cor, consistência ou odor.
- Transtorno da compulsão alimentar periódica: ingestão de uma quantidade de alimentos excepcionalmente maior e o paciente perde o controle e acaba realizando uma alimentação compulsiva, que não é seguida por purgação.
- Bulimia nervosa: o paciente apresenta episódios repetidos de ingestão rápida de grandes quantidades de alimentos e tenta compensar o excesso de alimentos consumidos, auto induzindo o vômito ou tomando laxantes.
- Transtorno da ruminação: regurgitação de alimentos após terem sido consumidos.
Assim, conhecendo as principais formas do transtorno, e como ela se manifesta, você sabe como é feito o diagnóstico?
Diagnóstico do Transtorno Alimentar
Em suma, as avaliações e teste para o diagnóstico incluem, geralmente:
Avaliação Psicológica: Médico especializado perguntará sobre seus últimos pensamentos,sentimentos e hábitos alimentares. Além disso, há possibilidade da solicitação de questionários de autoavaliação psicológica.
Exame físico: Além de solicitar testes de laboratório, o médico responsável poderá também examinar seu corpo para destacar outras causas médicas.
Outros estudos: Testes adicionais podem ser feitos para verificar se há complicações relacionadas ao seu transtorno alimentar.
Por fim, com testes e exames em mãos, o profissional dará um veredito sobre seu estado de saúde e confirmará seu tratamento, assunto do próximo tópico.
Tratamento do transtorno alimentar
Antes de mais nada, o diagnóstico requer sempre um médico psiquiatra. O tratamento, muitas das vezes, inclui uma abordagem em equipe. Dessa forma, essa equipe conta com prestadores de cuidados primários, profissionais de saúde mental e nutricionistas, todos com experiência em transtornos alimentares.
Em suma, o tratamento depende do tipo específico de transtorno alimentar. Porém, alguns aspectos são comuns a todos, como educação nutricional, psicoterapia e medicamentos. Em casos mais graves, em que o paciente corre risco de vida, é necessário hospitalização imediata.
Um dos pilares do tratamento, é o retorno a uma alimentação equilibrada e saudável.
Assim, não importa seu peso, os membros da equipe trabalharão com você para criar um plano e ajudar a alcançar tal objetivo!
Internação: caso possível
Em casos graves, recomenda-se a internação. Por exemplo, anorexia, que se transformou em uma grave desnutrição. Além disso, alguns locais podem oferecer programas diurnos, em vez de completa hospitalização. Programas especializados de transtornos alimentares podem oferecer tratamento mais intensivo por longos períodos de tempo.
Dessa forma, existem duas formas de internação. A compulsória (contra a vontade do paciente, que encontra-se em estado grave) e a voluntária.
Importância da busca por tratamento
A alimentação é o processo na qual os seres vivos assimilam o alimento necessário para a realização das suas atividades vitais. Em outras palavras, se não nos alimentarmos, não conseguiremos desempenhar as funções básicas do nosso organismo. Deste modo, uma alimentação saudável está intimamente ligada a uma melhor qualidade de vida.
Assim, o processo para o desenvolvimento de transtornos alimentares, pode ser, em parte, evitado, com alimentação equilibrada. Ela contribui até para evitar transtornos psicológicos associados!
Os transtornos alimentares são muito mais frequentes em mulheres, sobretudo nas mais jovens. E o tratamento busca restaurar o comportamento alimentar adequado e restabelecer o peso considerado normal para a idade e a altura do indivíduo.
Na maioria dos casos, o tratamento é realizado por equipe multiprofissional, com psicólogo, nutricionista, médico endocrinologista e médico psiquiatra.Entre em contato com a gente, e agende sua consulta!
INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.