Antes de mais nada, você já sentiu seu humor oscilar? Há momentos na vida que isso acontece. Vamos de momentos extremamente felizes a momentos tristes, geralmente seguidos de decepção.
Contudo, há pessoas que sentem isto bem mais acentuado. As chamadas oscilações de humor significam alternâncias entre os chamados estados de mania, hipomania e depressão. A frequência é variada, assim como a intensidade do quadro, que pode ser leve, moderada ou grave. Dessa forma, caracteriza-se por um quadro de transtorno bipolar.
Mas, afinal, você sabe o que é o transtorno bipolar?
Transtorno bipolar
O transtorno bipolar é um transtorno psiquiátrico que provoca alterações no comportamento e leva uma pessoa a oscilar entre momentos de euforia e depressão repentinamente. Também conhecido como doença maníaco-depressiva, o transtorno bipolar causa mudanças incomuns no humor, nos níveis de atividade e na capacidade de realizar as tarefas do dia a dia.
Em síntese, existem diferentes tipos de transtorno bipolar. Contudo, todos eles afetam os níveis de humor, energia e eficiência do indivíduo. Os episódios acontecem em espaços de tempos variados: raramente ou muitas vezes ao ano.
Alguns fatores podem ocasionar o transtorno: genéticos, condições ambientais e alteração da química cerebral.
Tipos de transtorno bipolar
Antes de mais nada, vale ressaltar que , pessoas com episódios maníacos podem manifestar comportamentos que destoam do habitual, como planos e ideias irreais, além de perder o contato com a realidade.
Assim, temos:
- Transtorno bipolar do tipo 1 : em síntese, o paciente apresenta ciclo definido, com episódios maníacos e períodos de depressão profunda. Durante os episódios, a pessoa apresenta tanto euforia como irritabilidade. Os episódios depressivos são comuns à depressão convencional, com pouca energia, sentimentos de culpa e tristeza.
- Transtorno bipolar do tipo 2 : não possuem períodos de oscilação tão definidos quanto os pacientes do tipo 1. Ou seja, elas são mais sutis. Indivíduos que possuem o tipo 2, acham que estão melhorando da depressão. Contudo, o que acontece são desequilíbrios bioquímicos, que na verdade, contribuem para novas depressões no futuro.
- Ciclotimia : envolve oscilações de humor menos graves. Alteram-se entre hipomania e depressão leve. Muitas vezes, diagnostica-se este tipo como apenas depressão.
Assim, como sabemos que uma pessoa apresenta quadro de transtorno bipolar? Quais são os principais sintomas?
Sintomas do Transtorno Bipolar
Em suma, os sintomas do transtorno costumam variar de pessoa para pessoa. Dessa forma, para alguns, os picos de depressão são os que causam maiores problemas. Já para outros, a preocupação maior é durante os picos de mania. Contudo, ambos sintomas podem ocorrer ao mesmo tempo.
Assim, é interessante entender os conceitos por trás das palavras mania, hipomania e depressão no transtorno bipolar. Episódios podem apresentar características não tão simples de identificação.
Mania
Caracteriza-se por estar em estado de exaltação no humor, com aumento de energia, sem qualquer relação com a atual situação do indivíduo.
Assim, neste período, o paciente não está deprimido e nem alegre por algum motivo; mas apresenta humor eufórico e arrogante. Mania de grandeza também é bastante comum.
Hipomania
Caracteriza-se por um estado de mania mais leve, trazendo menos prejuízo ao indivíduo. Em suma, a hipomania acarreta em um funcionamento acelerado. Em pacientes com hipomania, há muita resistência em relação ao tratamento, tornando difícil sua estabilização.
Depressão
Em síntese, as fases de depressão dentro do transtorno bipolar são consideradas um subtipo de depressão.
Dessa forma, os sintomas apresentados são os mesmos de um episódio depressivo: falta de energia, lentidão de pensamento, lentidão motora e alteração do apetite.
Juntamente com os episódios de euforia, o paciente apresenta sintomas como agitação, obsessão em determinados assuntos, aumento de energia, desatenção e hiperatividade. Além disso, o indivíduo se considera saudável.
Por fim, ao entendermos os conceitos, os principais sintomas do transtorno bipolar são mudanças nos padrões de sono e níveis de atividade e comportamentos incomuns.
Entretanto, elas ainda podem experimentar sinais como:
- No humor: ansiedade, apatia, apreensão, culpa, descontentamento geral, desesperança, euforia, mudanças de humor, perda de interesse, perda de interesse ou prazer nas atividades, raiva ou tristeza;
- No comportamento: agitação, agressão, automutilação, choro, comportamentos de risco, excesso de desejo sexual, hiperatividade, impulsividade, inquietação ou irritabilidade;
- Na cognição: delírio, falta de concentração, lentidão durante atividades, pensamento acelerado, pensamentos indesejados ou falsa superioridade;
- Sintomas psicológicos: depressão, depressão agitada, episódio maníaco ou paranoia;
- No peso: ganho de peso ou perda de peso;
- No sono: dificuldade em adormecer ou sonolência.
Partiremos agora, para a questão do diagnóstico da doença.
Diagnóstico do Transtorno Bipolar
Em primeiro lugar, um bom diagnóstico ajuda a pessoa com transtorno bipolar a levar uma vida saudável e produtiva.
Dessa forma, sempre que se desconfiar de um quadro de transtorno bipolar, é interessante entrar em contato com um psiquiatra ou psicólogo. Eles ajudarão através da realização de exames de saúde mental e exames físicos. Com isto, o médico terá um mapa mental, facilitando o diagnóstico e tratamento da doença.
Tratamento do Transtorno Bipolar
Em suma, o tratamento do transtorno pode durar muitos anos. Com uma equipe multidisciplinar – psiquiatras, psicólogos e neurologistas – são investigados os fatores que influenciam no transtorno.
Assim, existem algumas formas de tratamento, que incluem:
- Uso de medicamentos para controle das alterações de humor, geralmente no início do tratamento;
- Hospitalização; caso o paciente tenha comportamento perigosos que ameacem a própria vida e a vida de outras pessoas;
- Reabilitação em casas especializadas, caso o paciente tenha algum vício em drogas;
- Terapia para o transtorno bipolar.
Vale salientar que os sintomas aparecem, mesmo sobre qualquer tipo de tratamento. Logo, os principais objetivos do mesmo incluem o impedimento do comportamento autodestrutivo, redução da gravidade dos episódios e evitar a necessidade de hospitalização.Para saber mais, agende uma consulta com a gente!
INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.