Transtornos alimentares: conheça os principais tipos

Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Comuns na adolescência e início da vida adulta, os distúrbios alimentares estão relacionados a uma série de consequências psicológicas, como ansiedade e pressões sociais por um corpo sem defeitos.

Atualmente, cerca de 1% da população mundial sofre com algum tipo de transtorno alimentar – cerca de 70 milhões de pessoas. Os dados são de uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Psiquiatria.

Em suma, embora esse distúrbio seja mais frequente em mulheres, entre 12 e 25 anos, ele aparece também em homens, geralmente com idade entre 26 e 40 anos.

Além disso, pesquisas apontam que parte da maioria dos transtornos está ligada às redes sociais.

Dessa forma, você sabe o que é um transtorno alimentar? Sabe identificar seus sintomas?

Definindo transtorno alimentar

Em suma, pode-se definir Transtorno Alimentar (TA) por perturbações persistentes na alimentação ou no comportamento alimentar. Dessa forma, estão intimamente ligados a intensa preocupação com o peso da imagem corporal.

Analogamente, a preocupação excessiva com o corpo, vem em parte, da mídia, que objetifica corpos torneados e com músculos definidos.

Assim, pessoas que sofrem de TA sofrem constantemente, e buscam tratamentos estéticos dos mais variados, como uma forma de tentar chegar no tão sonhado corpo perfeito. A prática de dietas rigorosas pode ser um dos vários fatores de risco para o desenvolvimento de um TA.

Mas, existem fatores que contribuem para o desenvolvimento do transtorno?

Causas e fatores do transtorno alimentar

Em síntese, pessoas com outros transtornos como depressão e ansiedade estão mais propensas a desenvolver um quadro de TA.

Assim, existem alguns fatores de risco ou gatilhos, que contribuem para o aparecimento do mesmo. São eles:

  • Maus hábitos alimentares;
  • Hormônios;
  • Baixa auto estima;
  • Culto excessivo ao corpo.
  • Sentimento de culpa excessivo;
  • Distorção completa da imagem corporal.
  • Ansiedade

Portanto, fatores como estes estão também ligados a condições de saúde psicológica, biológica, sociocultural e genética.

Dessa forma, surgem as variações relacionadas.

Tipos de transtornos alimentares

Assim, pode-se classificar transtornos alimentares específicos, que incluem:

  • Anorexia nervosa

Em suma, caracteriza-se pela busca incansável da magreza. A imagem do corpo é totalmente distorcida, levando a peso corporal significativamente baixo, ao ponto de comprometer a saúde.

  • Vigorexia

Caracteriza-se por uma distorção corporal, comum em indivíduos do sexo masculino. Em outras palavras, o indivíduo não reconhece em nenhum momento que o corpo está bem fisicamente. Outra característica são os exercícios físicos intensos.

  • Transtorno de compulsão alimentar

Primordialmente, é um dos transtornos mais comuns. Pode ser visto em pessoas que perdem o controle sobre o consumo de alimentos. Ao contrário de transtornos como a anorexia, pessoas com compulsão geralmente têm sobrepeso ou obesidade.

  • Hipergafia

Deriva-se de um transtorno mental, onde o indivíduo sofre com problemas traumáticos enfrentados em algum momento da vida. Em outras palavras, quando o trauma vem à tona, a pessoa costuma comer descontroladamente.

  • Transtorno de compulsão alimentar periódica

O indivíduo com esse transtorno, consome grandes quantidades de alimentos em intervalos de duas ou mais horas. O que o diferencia de transtornos com a bulimia, é a não utilização de métodos compensatórios, como vômitos induzidos e diuréticos.

  • Bulimia nervosa

Em síntese, pessoas com bulimia comem grandes quantidades de alimentos. Contudo, usam métodos compensatórios, como vômitos forçados, uso de laxantes e derivados. Além disso, exercitam-se até a exaustão. Diferencia-se da anorexia porque uma boa parte dos portadores conseguem preservar o peso ideal, considerado saudável.

  • Alotrofagia

Caracteriza-se pela compulsão de comer alimentos não nutritivos como tijolo,carvão, entre outros. Assim, o desejo por determinados elementos caracteriza-se por um transtorno mental. É bastante comum em grávidas e crianças.

Existem ainda outros transtornos menos conhecidos como a ortorexia nervosa, que relaciona a obsessão por alimentos saudáveis e nutritivos de forma exagerada.

Tratamento do transtorno alimentar

Por fim, como buscar uma forma de tratamento? Quais são os tratamentos já existentes? Eles incluem algum tipo de remédio?

Acima de tudo, por serem quadros de extrema complexidade, os transtornos alimentares requerem um tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar, que incluem psicólogos, nutricionistas, médicos endocrinologista e médico psiquiatra.

Dessa forma, o tratamento busca a restauração do comportamento alimentar do indivíduo, restabelecimento do peso corporal e ideal e equilíbrio clínico dos sintomas. Assim, tão logo identificado o transtorno, são traçadas as metas, de acordo com o mesmo.

Por exemplo: para a anorexia nervosa, as principais metas incluem:

  • Restaurar o peso para níveis saudáveis;
  • tratar todas as complicações físicas relacionadas;
  • tratar alterações psiquiátricas relacionadas;
  • Promover a reeducação alimentar, com padrões adequados de nutrição;
  • Prevenção de recaídas;
  • Promover estruturação da família para que possa atuar com suporte.

Além disso, o processo psicoterápico auxilia na recuperação da auto estima, oferece um caminho de descoberta para as causas dos sintomas, além de promover a melhor estratégia para lidar com o problema.

Portanto, psiquiatra e psicólogo são os profissionais melhores adaptados para a realização destas estratégias. O psiquiatra poderá medicar o paciente de acordo com a patologia original, por fins, por exemplo, de resgatar o equilíbrio do humor. Analogamente, o psicólogo traça as relações do indivíduo, com a família e sociedade. Além de tudo, consigo mesmo!

Por fim, vale ressaltar o seguinte: os distúrbios alimentares têm cura! Contudo, se não tratados corretamente e com diagnóstico precoce, podem levar o paciente a óbito. Dessa forma, é de extrema importância manter o cuidado!

Procurando ajuda

Antecipadamente, se você se identificou com algum transtorno específico, sempre procure ajuda. Não é preciso ter vergonha de relatar os fatos. Eles fazem parte do seu diagnóstico para a superação da doença.

O primeiro grande passo para a cura é o reconhecimento da necessidade de um tratamento. Assim, um  psiquiatra e psicólogo pode compreender os gatilhos que levam você a distorcer a sua imagem corporal.

Além disso, vão te ajudar também na identificação de fatores que levam a uma dieta deficiente.

Quer saber mais sobre o transtorno alimentar ou conhece alguém que precisa de ajuda? Agende uma consulta por e-mail ou entre em contato no WhatsApp!

Artigo escrito pela Dra. Olivia Pozzolo

Psiquiatra especializada em transtornos psiquiátricos e históricos de abuso de substâncias como álcool e drogas.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.