Internação psiquiátrica: quando é necessária?

Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

A grande maioria das pessoas com doenças psiquiátricas tem a possibilidade de realizar o tratamento em casa, desde que se tratem de pacientes com consciência sobre a importância de cumprir com a terapia e que consigam manter os cuidados necessários por conta própria. 

Em casos mais delicados, se faz necessária a internação psiquiátrica, principalmente quando o indivíduo perde a sua capacidade de autodeterminação ou de se autogerir, ou ainda quando ele representa um risco a si mesmo ou para a sociedade. A indicação universal é quando há o risco de suicídio.

De forma geral, a internação psiquiátrica visa o tratamento de indivíduos com transtornos mentais, comorbidades ou dependência química, em situações mais críticas. 

O paciente fica internado em hospital psiquiátrico, onde ele tem assistência integral e multidisciplinar, sendo acompanhado por especialistas em saúde mental, com a devida medicação, alimentação, atividades e terapias.

O envolvimento da família nesse processo é de extrema importância para o comprometimento do paciente com o tratamento e o sucesso do resultado até a sua reinserção na sociedade. Com a internação, se trabalha a conscientização do problema, o equilíbrio psíquico e o controle dos sintomas para que ele tenha condições de ressocialização e de retomar a sua vida sob uma nova perspectiva.

Quem decide a necessidade de internação psiquiátrica é o médico em conjunto com a família e, às vezes, o próprio paciente. Entretanto, em alguns casos, o paciente não possui condições de se autoavaliar ou de ter a percepção sobre a sua condição, sendo necessária a internação involuntária ou compulsória

Ainda assim, na grande maioria dos casos, o paciente consegue perceber que precisa de ajuda especializada e a internação se dá de forma voluntária, o que ajuda muito no tratamento, tornando-o mais eficaz e com melhores resultados. E o apoio tanto da família quanto dos amigos nessa decisão se torna crucial nesse momento, com muito diálogo e cuidado, para que o paciente enxergue a sua realidade e a necessidade de internação.

Casos extremos que necessitam de internação

Um dos transtornos mais conhecidos, quando se fala em internação psiquiátrica, é a dependência química. Mas existem outros problemas psiquiátricos que demandam a internação para um tratamento adequado, são eles:

  • Síndrome do Pânico

Quando o problema chega a níveis alarmantes, afetando diversos aspectos da vida do paciente, em que ele não consegue mais conviver em sociedade, sair de casa sem medo e se vê praticamente sem qualidade de vida, a internação psiquiátrica pode ser indicada. 

O agravamento do pânico geralmente acomete os pacientes que não cumprem com o tratamento tradicional da forma adequada, fazendo aumentar as crises com o passar do tempo. 

  • Psicose

Esse é um quadro considerado grave, uma vez que o indivíduo passa a perceber ou interpretar a realidade de maneira distorcida, geralmente envolvendo alucinações ou delírios. Isso pode fazer com que a pessoa tome atitudes prejudiciais a si mesma e às pessoas ao seu redor. 

A psicose pode surgir por conta de uma doença psiquiátrica, sendo comumente relacionada à esquizofrenia, mas também pode se desenvolver devido ao uso de medicamentos, drogas ou outras condições de saúde.

O tratamento se faz com medicamentos e terapia, mas os pacientes psicóticos necessitam ter auxílio constante em casa para tomar os remédios no horário certo, não faltar às sessões com o especialista e cumprir todo o protocolo. 

Quando ele não tem essa assistência, o paciente passa a representar um risco, sendo recomendada a internação para a estabilização dos ataques psicóticos e reabilitação, até que ele esteja apto a retomar a sua vida em sociedade com segurança.

  • Depressão

Cada vez mais comum em pessoas de todo o mundo, a depressão pode ter vários níveis de gravidade e cada caso deve ser tratado de forma específica e individual. Mas, de forma geral, o tratamento consiste no uso de medicamentos e terapia, associados a hábitos de vida saudáveis e atividades de lazer. 

Quando a depressão se encontra num nível extremo, o indivíduo praticamente paralisa a sua vida, fica sem comer, não consegue se relacionar em sociedade, pode se tornar agressivo e chegar ao suicídio. Portanto, a internação psiquiátrica nesses casos deve ser considerada.

  • Transtornos alimentares

Mais conhecidos pelos quadros de anorexia e bulimia, os transtornos alimentares têm acometido cada vez mais pessoas no mundo, principalmente as mulheres, e afetam principalmente a sua relação com a comida e a imagem corporal. Alguns transtornos, como a anorexia, apresentam alta taxa de mortalidade se não tratados a tempo. 

Em muitos casos, o paciente se recusa a fazer o tratamento por ainda se considerar acima do peso, podendo chegar a um nível grave da doença, em que se constatam desidratação e desnutrição.

Quando isso acontece e ainda são observados sintomas graves, como desmaios, olheiras profundas, magreza extrema, a internação involuntária pode se fazer necessária.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.