Saiba como escolher um psiquiatra para tratar depressão em idosos

Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

A depressão é uma doença ainda não muito bem compreendida pela sociedade nos dias atuais e, quando atinge os idosos, muitas vezes a própria família acaba associando os sintomas a problemas “da idade”, de forma equivocada. 

Mas, o fato é que, o envelhecimento vem com uma combinação de mudanças biológicas e comportamentais, além de doenças físicas, que podem contribuir para o surgimento de transtornos mentais, como a depressão e a demência. 

Além disso, essa é a fase em que, muitas vezes, se encerra a trajetória profissional, com a chegada da aposentadoria, há um afastamento das pessoas que faziam parte do convívio diário, a noção de finitude da vida se torna mais nítida, afinal, se vivenciam mais perdas, de parentes, amigos, conhecidos, podem surgir doenças e o corpo já não funciona como antes. Enfim, são diversos fatores que favorecem o surgimento da depressão na terceira idade.

Por isso, é fundamental ficar atento quando o idoso tiver queixas constantes em relação a dores físicas, alterações no sono e no apetite, perda ou ganho de peso, falta de ar, diarreia ou constipação, má digestão, esquecimento e perda do interesse em realizar determinadas atividades que até então eram prazerosas. Esses são sinais de alerta que podem indicar o momento de buscar ajuda profissional.

Diferente de um quadro de depressão em outras faixas etárias, que é caracterizado pela apatia e humor deprimido, a depressão em idosos tende a se apresentar sob outros aspectos, normalmente ligados a queixas somáticas (associadas a outras doenças), manifestando-se por meio da irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, além dos sintomas já citados.

Como escolher um psiquiatra para tratar depressão em idosos?

Escolher um bom especialista é fundamental para que se trace um diagnóstico correto e se adote o tratamento mais adequado para cada caso, principalmente quando se tratam de idosos, que possuem características e necessidades peculiares.  

Em primeiro lugar, vale se informar sobre as qualificações do profissional, verificar a sua formação, confirmar a existência do registro no Conselho Regional de Medicina (número de CRM), sua especialização em psiquiatria, se há atualizações na área, dentre outras competências. 

Se possível, verifique as suas principais áreas de atuação, ou seja, quais as doenças e tipos de tratamento com os quais ele costuma trabalhar, públicos que atende em consultório, experiências com pacientes.

Da mesma forma, é importante se atentar se o psiquiatra atua em alguma clínica ou hospital de referência, assim como, se existem avaliações on-line de pacientes que passaram por esse profissional (existem diversos canais disponíveis para esse fim), as informações pelo plano de saúde, etc.

Tente buscar evidências de que o atendimento é feito de forma humanizada e que o paciente é olhado com todo o cuidado e respeito.

Além disso, devem ser consideradas questões de acessibilidade, como a localização – um quesito imprescindível para os idosos -, com facilidade para chegar a pé, de transporte público ou de carro, além da acessibilidade na estrutura interna do consultório ou clínica, sem muitas escadas ou com elevador, portas de fácil acesso, ambientes confortáveis e sem obstáculos para a sua locomoção, assim como, se oferece a possibilidade de atendimento on-line. 

Ademais, a escolha do psiquiatra também deve levar em conta a realidade financeira do idoso, uma vez que o tratamento envolve certa periodicidade nas visitas, ou consultas on-line, exigindo a busca por um profissional que se enquadre nas suas possibilidades financeiras ou atenda o seu plano de saúde.

Como ajudar um idoso com depressão?

O envelhecimento progressivo da população faz com que o número de idosos seja cada vez maior no mundo todo e, com isso, a tendência é que convivamos mais com a depressão também. Portanto, é preciso saber os cuidados que devem ser tomados com o idoso que se encontra nessa situação.

  • Dê atenção e seja paciente

A solidão na terceira idade é mais comum do que se imagina. E uma das principais queixas dos pacientes idosos é justamente a falta de atenção por parte dos filhos e netos, causando uma sensação de abandono. 

Quando há um quadro de depressão envolvido, o cuidado e a atenção da família são ainda mais necessários. Práticas simples podem preencher esse vazio na vida do idoso, com visitas periódicas, conversas, perguntas sobre o dia a dia, escutando-o e mostrando interesse genuíno em ajudá-lo no que for preciso.

  • Proporcione momentos de lazer

Ainda mais em tempos de pandemia, por conta do novo coronavírus, estamos todos ficando mais tempo em casa. Mas, sempre que possível, proporcione passeios, almoços, jantares, compras, um café da tarde, uma caminhada na praia ou no parque e quaisquer momentos de lazer que possam tirar um pouco o idoso do mesmo ambiente doméstico, interagir com outras pessoas e quebrar a rotina. 

Caso ainda não seja possível sair de casa, faça ligações com maior frequência, chamadas por vídeo, se mostre presente. 

  • Permita que ele faça as coisas das quais ele gosta

O fato é que o idoso, na maioria das vezes, passa praticamente o dia todo em casa sem muitas atividades a fazer. Então, é importante permitir que ele se ocupe com o que lhe traz mais alegria e satisfação no dia a dia, podendo envolver exercícios físicos, a dança, ouvir música, cuidar das plantas, cozinhar, etc. 

Aliás, esse pode ser o momento de ensiná-lo novas atividades ou conhecimentos, como tocar um instrumento, aprender um idioma, leituras diferentes.

Quer conversar sobre esse assunto ou conhece um idoso que precisa de ajuda? Entre em contato e agende uma consulta, presencial ou on-line, com a Dra. Olivia Pozzolo.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.