Como saber se está em depressão?
Muita gente acaba usando de forma equivocada os termos relacionados à depressão no dia a dia, fazendo referência a um momento ou período de tristeza comum, pelo qual passamos normalmente por diversos motivos na vida. Por isso, primeiro é importante compreender o que é de fato a depressão, a fim de facilitar o processo de autoconhecimento e saber como identificá-la, seja em si mesmo ou em familiares e amigos próximos.
A depressão se trata de uma doença caracterizada principalmente pela tristeza profunda, falta de interesse nas atividades em geral, isolamento e desânimo constante, até mesmo para os momentos de lazer. E a principal diferença entre esse transtorno e a tristeza comum consiste na intensidade e duração dos sintomas, que, em circunstâncias normais, costumam se manifestar por algumas horas, no máximo alguns dias, enquanto na depressão eles permanecem por mais de duas semanas.
Ela pode acometer todas as faixas etárias, sendo que, na infância e adolescência pode ter como fator desencadeante o bullying, por exemplo, em que muitas vezes a tristeza profunda dá lugar à irritação extrema. Já para os adultos, os problemas financeiros, desemprego, estresse, término de relacionamento e luto também são algumas situações que podem contribuir para o surgimento da doença. Nos idosos, o risco aumenta principalmente devido a fatores biológicos, como a produção aumentada da enzima monoaminoxidase, além do uso de determinados medicamentos.
Mas, como saber se está em depressão?
Vale ressaltar que, por vezes, chegar ao diagnóstico da doença é um processo complexo, uma vez que envolve a avaliação de uma série de fatores e, além disso, existem diferentes tipos de depressão, com características distintas. Por isso, a busca por ajuda profissional é indispensável, principalmente quando existe a suspeita da doença ao observar determinados sinais e sintomas. Ademais, o quadro tende a agravar quando não é iniciado o devido tratamento.
Quando ficar alerta?
Os principais sintomas e sinais da depressão são:
- Sentimento de tristeza e angústia em grande parte do dia;
- Esgotamento e falta de interesse generalizado;
- Pensamentos negativos recorrentes e pessimismo;
- Baixa autoestima;
- Falta de interesse nos cuidados com o próprio corpo, aparência e higiene pessoal;
- Ansiedade;
- Baixo rendimento no trabalho ou na escola;
- Abandono da vida social e dos afazeres (inclusive do trabalho);
- Alterações no apetite (passando a comer demais ou de menos);
- Alterações no sono (sonolência constante ou insônia);
- Ganho ou perda de peso sem motivo aparente;
- Cansaço constante ou fadiga;
- Libido baixa e disfunções sexuais;
- Sentimento de culpa e inutilidade;
- Baixa concentração e dificuldade para tomar decisões;
- Falta de esperança e perspectiva;
- Movimentação corporal e fala mais lentas ou aceleradas (agitação ou retardo psicomotor);
- Dores pelo corpo (barriga, cabeça, musculares, pressão no peito);
- Pensamentos sobre morte e suicídio.
Além desses sintomas, vale citar o sistema imunológico, que acaba sofrendo com as alterações químicas que acontecem no corpo, ficando mais suscetível a desenvolver outras doenças, como viroses, alergias, gripes e resfriados, conjuntivites e condições causadas por fungos.
É importante saber que esses sinais se tratam de indicativos importantes para o diagnóstico da depressão, mas não são determinantes. Eles podem se manifestar por conta de outros transtornos e nem todos são comuns em pessoas depressivas. Somente com a avaliação do psiquiatra é possível traçar um diagnóstico mais preciso e obter a indicação do melhor tratamento para cada caso.
Depressão na pandemia
Os casos da doença dispararam durante o período de isolamento social, pois, além de todas as mudanças repentinas e as consequências dessa nova rotina, se trata de um momento marcado por notícias desoladoras e preocupantes. Por isso, vale investir em algumas práticas no cotidiano a fim de amenizar a situação atual:
- Evite o excesso de consumo de informações
Ainda que seja importante se manter informado, principalmente devido às circunstâncias atuais, tente limitar o tempo de exposição às notícias, uma vez que elas podem servir como gatilho. Além disso, busque fontes confiáveis para evitar notícias falsas.
- Não deixe seus dias serem consumidos apenas com os afazeres
Principalmente quem se divide entre atividade profissional, cuidar da casa e dos filhos pode acabar tendo seus dias tomados somente por obrigações. E, ainda que pareça impossível encontrar tempo, tente separar alguns momentos para ler um livro, assistir um filme, aprender algo novo ou qualquer atividade que propicie o merecido descanso e lazer. Pare por você!
- Evite consumir álcool ou tabaco para aliviar o estresse
Para muitas pessoas, pode parecer uma ótima válvula de escape em situações de estresse ou tristeza, mas o abuso dessas substâncias pode trazer consequências muitas vezes irreversíveis.
- Invista em hábitos saudáveis
Praticar exercícios físicos, consumir alimentos saudáveis e com equilíbrio, além de ter uma boa higiene do sono, por exemplo, são iniciativas que contribuem diretamente para o bem-estar físico e psicológico.
Tem alguma suspeita da doença ou precisa conversar sobre esse assunto? Entre em contato e agende a sua consulta, que pode ser on-line ou presencial.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.