Quais as principais causas da depressão?

Hoje em dia, a depressão é a doença que mais provoca incapacidade produtiva e também a que mais contribui para as mortes por suicídio.
De forma geral, ela é caracterizada por um estado constante de tristeza profunda e falta de interesse generalizada, com sintomas que podem variar e impactam a vida do indivíduo de formas diferentes, de acordo com o tipo da doença e o grau em que ela se encontra, podendo ser leve, moderada e grave.
Na maioria dos casos, a depressão se inicia de modo mais ameno, sendo muitas vezes uma doença silenciosa, mas que tem a tendência a piorar com o tempo quando não é devidamente tratada e costuma trazer consequências devastadoras no âmbito familiar, social e profissional.
Por isso, é imprescindível buscar ajuda profissional para obter um diagnóstico mais preciso e receber o melhor tratamento o quanto antes.
A depressão pode acometer qualquer pessoa, independente do sexo ou idade, embora ela atinja em maior parte as mulheres.
E, ainda que a principal causa para o seu surgimento não seja totalmente esclarecida, existem alguns fatores biológicos e psicológicos, que contribuem para o quadro, que vão desde uma predisposição genética até eventos traumáticos, situação econômica desfavorável e doenças crônicas, sendo considerada uma patologia biopsicossocial.
O fato é que, na depressão, ocorre um desequilíbrio químico no cérebro, a partir da alteração de neurotransmissores (substâncias responsáveis pela comunicação entre as células nervosas), especialmente da noradrenalina, serotonina e dopamina, que propiciam a sensação de bem-estar.
E, graças a essa descoberta, atualmente podemos contar com medicamentos específicos para o tratamento eficaz da depressão, chamados de antidepressivos.
Principais causas da depressão
Basicamente, a depressão pode se manifestar por conta de diversos fatores de risco, que podem ser de caráter temperamental, ambiental, genético ou fisiológico.
- Fatores de risco temperamentais
Relacionados às características psicológicas, ou de personalidade, como pessoas que apresentam alto nível de neuroticismo (afetividade negativa), baixa autoestima ou pessimistas, que são facilmente oprimidas por situações de estresse.
- Fatores de risco ambientais
Consistem nos acontecimentos marcantes ou potencialmente traumáticos que possam ter ocorrido na infância ou na idade adulta, como experiências de violência, abuso ou pobreza, assim como, casos de separação conjugal, perda do emprego ou situação de luto por uma pessoa próxima.
- Fatores fisiológicos ou genéticos
Pessoas que possuem familiares de primeiro grau com depressão têm de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver a doença. E, quando se trata de um gêmeo idêntico com depressão, o outro passa a ter uma probabilidade de 70% de ser acometido em algum momento da vida. Da mesma forma, alguns indivíduos que já possuem um desequilíbrio na produção de neurotransmissores no cérebro também estão mais suscetíveis à doença.
Além dessas principais causas, existem alguns outros fatores que devem ser considerados de risco:
- Transtornos psiquiátricos correlatos;
- Estresse e ansiedade crônicos;
- Disfunções hormonais (problemas na tireoide, pós-parto, TDPM);
- Abuso de álcool e drogas;
- Obesidade e sedentarismo;
- Fibromialgia e dores crônicas;
- Diagnóstico de doenças graves, crônicas e/ou incapacitantes.
Principais sintomas e consequências da depressão
Existem diversos tipos de depressão, sendo que a forma mais conhecida e frequente se trata do transtorno depressivo maior, em que o humor deprimido (ou humor irritável, quando em crianças ou adolescentes) se faz presente na maior parte do dia, além da falta de interesse em atividades – todas ou grande parte delas -, com sintomas que permanecem por pelo menos duas semanas consecutivas.
De forma geral, a depressão possui alguns sintomas característicos, além destes citados, como:
- Alterações no apetite e peso corporal;
- Alterações no sono;
- Agitação ou lentificação psicomotora;
- Perda de energia;
- Fadiga constante;
- Baixa autoestima;
- Sentimento de culpa ou inutilidade;
- Redução da capacidade de concentração e dificuldade para tomar decisões;
- Desesperança;
- Pensamentos sobre morte e ideação suicida.
As condições de saúde física e mental são intimamente ligadas e, no caso da depressão, pode-se afirmar que elas se influenciam de forma mútua. Dentre as principais complicações ocasionadas pela depressão estão:
- Maior risco de desenvolver outras doenças, como diabetes e problemas cardiovasculares, que, por sua vez, também aumentam o risco de ter depressão. A imunidade do indivíduo fica mais baixa, o que favorece o aparecimento de infecções ou outras doenças.
- Maior risco de desenvolver transtornos de ansiedade e dependência química;
- Queixas somáticas, devido a dores de cabeça, nas articulações, abdominais ou em qualquer outra parte do corpo;
- Problemas de relacionamento que podem afetar diversos aspectos da vida do indivíduo, como o familiar, profissional e social;
- Disfunção sexual;
- Maior risco de suicídio, pela falta de perspectiva do futuro.
Portanto, a depressão pode provocar sérias consequências na vida do indivíduo, desde prejuízos funcionais, de relacionamento e, em casos mais graves, pode levar à morte. O importante é ter em mente que existe tratamento e que quanto mais cedo ele é realizado, melhor o prognóstico.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.