Transtorno do sono: como é o tratamento com psiquiatra?

O transtorno do sono consiste em distúrbios que afetam a capacidade de dormir de forma adequada e regular. Já foram identificados mais de 100 problemas relacionados ao sono ou ao despertar, seja pela dificuldade de adormecer, de permanecer dormindo ou acordado, de manter uma rotina regular de sono ou por comportamentos incomuns enquanto dorme.
É normal que a maioria das pessoas experimente em alguns momentos da vida problemas para dormir, por conta do estresse, agitação do dia a dia e outras influências externas. Mas quando as dificuldades com o sono passam a ocorrer de forma frequente e a afetar a vida do indivíduo, é preciso investigar as causas e tratar.
O débito de sono pode impactar negativamente no seu desempenho durante o dia, por falta de energia, disposição e capacidade de concentração, geralmente acompanhada de irritação e sensação de cansaço extremo o dia todo.
Dentre as consequências das noites mal dormidas também entra o risco de doenças cardiovasculares e depressão. Afinal, dormir bem é fundamental para a segurança e qualidade de vida, além da saúde física e mental.
Quais são as fases do sono?
Antes de tudo, é importante compreender como funcionam as fases do sono, que se dividem em quatro estágios (os três primeiros de sono não-REM e o último de sono REM), cada uma com as suas características, durações e funções, num ciclo que se repete por diversas vezes no período em que se dorme:
- Estágio 1 (não-REM): transição entre estar acordado e adormecer, ou entre o estado de vigília e sono, com duração de poucos minutos. Os músculos começam a relaxar, com diminuição dos batimentos cardíacos, da frequência respiratória e do movimento dos olhos, podendo ocorrer espasmos pontuais.
- Estágio 2 (não-REM): fase de sono leve, a temperatura do corpo cai, a atividade das ondas cerebrais diminui e os movimentos dos olhos cessam. Na soma dos ciclos, esse estágio se passa em cerca de metade de todo o período de sono.
- Estágio 3 (não-REM): fase de sono profundo, em que ruídos e outros estímulos externos não acordam o indivíduo facilmente. Esse estágio é fundamental para garantir a disposição na manhã seguinte e o desempenho adequado durante o dia, sendo também os períodos de liberação dos hormônios de crescimento e recuperação de células e órgãos.
- Estágio 4 (REM): períodos em que se sai do sono profundo e diversos eventos fisiológicos ocorrem. A movimentação dos olhos fica rápida, de um lado para o outro, as ondas cerebrais ficam com a atividade semelhante de quando se está acordado, a respiração fica mais rápida e irregular, subindo também a pressão arterial e frequência cardíaca. Entretanto, os outros músculos se mantêm paralisados.
Nos três primeiros estágios, o corpo propicia a restauração dos tecidos, o ganho de massa muscular e a liberação do hormônio de crescimento. Na fase REM, são restauradas funções cognitivas, o que contribui para a manutenção da memória e da capacidade de aprender, além de proporcionar bem-estar.
Quando se interrompe o ciclo de sono, ele volta imediatamente ao estágio 1, comprometendo todo o processo.
Distúrbios do sono mais comuns
- Insônia
Quadro que se caracteriza pela dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, despertares noturnos ou por ter um sono não reparador, afetando as atividades diurnas.
A insônia pode ter diversas causas, sendo as mais comuns relacionadas à ansiedade, depressão, estresse e maus hábitos noturnos, como o consumo de bebidas estimulantes antes de dormir, comer muito tarde ou fazer exercícios físicos pesados à noite. Além disso, pode ter causas orgânicas, como problemas respiratórios ou na tireoide, por exemplo.
- Sonolência excessiva
Dificuldade em se manter acordado e alerta durante o dia, por conta do sono extremo, o que, além de prejudicar as atividades diárias, pode colocar em risco a segurança do indivíduo em situações que exigem atenção, como dirigir ou manusear equipamentos. Essa condição acomete pessoas que não têm um sono adequado por diversas causas.
- Apneia
Episódios de redução ou interrupção da respiração, por ao menos 10 segundos, durante o sono, fazendo com que o indivíduo desperte várias vezes no período em que está dormindo, de forma consciente e inconsciente. As principais causas são a genética, obesidade ou o estreitamento das vias respiratórias por algum motivo.
- Sonambulismo
Mais frequente em crianças, o sonambulismo é caracterizado pela manifestação de atividades motoras durante o sono, como caminhar e conversar, durante o sono. As causas para esse quadro ainda não são bem definidas.
Em adultos, principalmente idosos, uma condição comum que pode estar ligada ao sonambulismo é o distúrbio comportamental do sono REM, em que o indivíduo vivencia o que está sonhando, também com manifestações físicas, o que pode acabar em fraturas ou machucados em si mesmo e nos outros.
Como é tratado o transtorno do sono pelo psiquiatra?
O psiquiatra é um dos especialistas que podem atuar no tratamento de diversos distúrbios do sono, de acordo com a causa do problema.
O médico deve fazer uma avaliação diagnóstica, por meio da realização de exames, do histórico clínico do paciente, o relato dos seus sintomas e, no âmbito da psiquiatria, identificando principalmente as causas associadas a outros transtornos, como depressão ou quadros de ansiedade, por exemplo.
Diante destas condições, o psiquiatra irá atuar com o tratamento mais adequado e, quando necessário, poderá encaminhar o paciente para outras especialidades médicas ou psicológicas.
Uma das formas de tratamento para o transtorno do sono envolve a terapia cognitivo-comportamental, que orienta o paciente quanto a algumas técnicas para melhorar a capacidade de manter um sono reparador, podendo ser incluída também a prescrição de medicamentos.
Além disso, podem ser indicadas boas práticas que promovam a higiene do sono, visando complementar o tratamento e garantir uma melhor qualidade de vida.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dra. Olivia Pozzolo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormada pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e com residência em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina do ABC - FMABC.
Registro CRM-SP nº 186706.